domingo, 24 de julho de 2011

Reedição do Livro Horácio de Matos, sua vida e suas lutas

Reedição do livro Horácio de Matos de Olympio Barbosa


        A reedição do livro “Horácio de Mattos – Sua vida e suas lutas”, de Olympio Barbosa, foi lançada em novembro, na Assembléia Legislativa, com a presença de familiares, admiradores do antigo coronel do sertão, sendo maciça a presença de autoridades, como secretários de estado, desembargadores, dirigentes de órgãos públicos, empresários, prefeitos da Chapada Diamantina, reitores e conselheiros dos tribunais de Contas do Estado e dos Municípios. Também presentes os representantes dos comandos militares baseados na Bahia e da secretaria Municipal de Educação, além de dezenas de deputados estaduais.
       Reverenciavam não só o coronel biografado, mas o seu neto, o ex-deputado Horácio Matos Neto, falecido este ano e principal entusiasta da obra, publicada originalmente em 1956. Cerca de 400 pessoas lotaram o saguão Nestor Duarte da Assembléia Legislativa para a solenidade que só acabou (a fila para os autógrafos) às 20h10, esgotando-se rapidamente os 500 volumes separados para o ato de lançamento. Na abertura do evento foi lido pelo mestre de cerimônias, Humberto Pinheiro, um breve histórico do biografado e dada a palavra a Heraldo Barbosa Filho, neto do autor, que destacou que o avô "fez questão de escrever com lisura a história de Horácio Mattos, de quem foi muito próximo."

FAMÍLIAS
       Heraldo Barbosa Filho, juntamente com o ex-deputado Horácio Matos Júnior, filho do biografado, autografou o livro em nome de seus familiares. As famílias Matos e Barbosa, as duas com raízes na Chapada Diamantina, estiveram em massa na solenidade, através de filhos, netos, primos, sobrinhos e parentescos intricados. Destaque para a presença também de Tácio Matos, ex-prefeito de Mucugê, e também filho do lendário coronel chapadista.
       O pronunciamento mais longo foi da filha de Horácio Neto, Tatiana, que fez um painel sobre os três protagonistas de "126 anos da era Horácio": "Meu bisavô, precursor, líder guerreiro, chefe político, coronel, servidor; o avô aqui presente, forte, valente, resistente às adversidades e resignado aos desígnios divinos, ex-deputado estadual e federal, conselheiro do Tribunal de Contas; meu pai, idealista, sonhador, generoso, leal, gregário, deputado estadual, falecido em 7 de julho". Durante a sua fala, Tatiana teve de controlar a emoção repetidas vezes, a exemplo de quando lembrou a obstinação do pai em publicar "todos os livros, poemas e cordéis que tratassem da história da sua família e da Chapada Diamantina."
       Ela aproveitou para pedir ajuda àquela região, que vem sendo consumida pelo fogo, "com uma das maiores queimadas que sofremos". Mostrando que as guerras entre as famílias locais só cabem nas páginas da história, ela clamou pelo trabalho dos brigadistas, "sejam eles Matos, Miranda, Medrado, Sá, Queiroz, Silva ou Militão". Horácio Júnior usou da palavra para fazer fervorosa oração por aqueles que partiram e os que continuam neste "mundo de expiações e resgate."
       O evento começou sem a presença do presidente da Assembléia, deputado Marcelo Nilo, que estava no Cemitério Bosque da Paz, num sepultamento. Mesmo assim, ele fez questão de chegar a tempo de falar naquele "momento especial". Ele ressaltou que Horácio de Mattos – Sua vida e suas lutas é o décimo livro publicado pela AL, num esforço para resguardar a memória da Bahia. Nilo anunciou que, até dezembro, outros 15 exemplares serão lançados e contou um pouco sobre esse trabalho, iniciado pelo ex-presidente Clóvis Ferraz, de editar e reeditar obras que falem sobre a cultura e a história do estado.

O LIVRO
       Jornalista, advogado e ex-deputado estadual, Olympio Barbosa foi testemunha dos fatos que narra. Ele conta detalhes da trajetória de Horácio, desde o início, na antiga Chapada Velha, distrito de Brotas de Macaúbas, até se tornar o homem mais poderoso de toda a Chapada Diamantina e o coronel regional mais prestigiado do estado. "Foi comerciante, delegado regional, intendente de Lençóis, proclamado senador e sempre coronel, pois chefe político no interior da Bahia", sintetizou a bisneta Tatiana.
       Depois de construir um império à frente de um verdadeiro exército, tendo chegado a combater a Coluna Prestes com o batalhão das Lavras Diamantinas, Mattos passou para a história ao optar pela solução pacífica e promover, com seu prestígio, o desarmamento do sertão, na década de 30 do século passado. Foi preso em Salvador e, ao ser solto, foi assassinado pelas costas, crime até hoje nebuloso.
      O lançamento reuniu no saguão Nestor Duarte muitos amigos do saudoso deputado Horácio Matos Neto, seguramente um dos mais populares que já integraram a Assembléia Legislativa, além de familiares e autoridades do Estado da Bahia. 

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