domingo, 13 de maio de 2012

Coronelismo na Chapada Diamantina

            Região marcada por grandes diferenças sociais e concentrações de renda, a Chapada Diamantina foi, da segunda metade do século XIX até a década de 1930, um barril de pólvora comandado por poucos e muitos poderosos coronéis. As tradicionais famílias proprietárias de terras davam abrigo e empregos para os colonos e exploradores a procura de riquezas, e, em troca, conquistavam a gratidão e fidelidade dessas pessoas. Formaram-se assim verdadeiros exércitos de jagunços disposto a defender com a própria vida os interesses dos patrões. As divergências entre os coronéis levaram a criação de dois partidos políticos que, mais que uma posição ideológica, representavam uma escolha social. Os liberais e conservadores, ou simplesmente pinguelas e mandiocas, apelidos dados a um pelo outro. Esses dois partidos dividiam-se em tudo, do uso obrigatório da cor-símbolo do partido à formação de duas orquestras filarmônicas que disputavam a atenção nas festas populares.
       As mudanças da transição do Império para a República, ainda que chegando com certo atraso à região, acirram ainda mais a tensão política dos grupos rivais. A tentativa de centralização do poder em um governo federal e a conseqüente perda da influência política local e a abolição da escravatura foram mudanças que assustaram a política conservadora local.
        Com a morte do coronel Felisberto Augusto de Sá em 1896, acirram-se as disputas pelo poder na região. Os coronéis Felisberto Sá e Heliodoro de Paula Ribeiro travaram, através de seus jagunços, uma verdadeira guerra na região. O seqüestro do filho de Felisberto, Francisco Sá, agravou a disputa que só terminou com a intervenção do governador baiano. Um período de relativa paz marcou a passagem de comando dos coronéis a seus sucessores. Horácio de Matos, sobrinho do coronel Clementino de Matos é chamado para assumir as áreas do tio e propõe paz entre as famílias. Um curioso início de carreira para o homem que, após violentas batalhas contra a Coluna Prestes, seria definitivamente considerado o coronel mais temido e respeitado da Chapada Diamantina.


Texto de Carlos F. d' Andréa

http// www.cidadeshistoricas.art.br/hac/hist_05_p.php

                                                       


                                                          Coronel Horácio Matos
liandroantiques | §§§§§ MAIS UMA FAÇANHA DO GUERREIRO §§§§§


Coronel Clementino Pereira de Matos

liandroantiques | ## O INVENTOR DE HORÁCIO DE MATTOS ##



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